
“... Assim nasceu o grupo Chic Carm Soul e participei de várias apresentações. Como não levava jeito para a dança, logo assumi como empresário do grupo. Como era legal. Tínhamos uma turma super unida. Além dos dançarinos, contávamos com um pessoal de respeito ao qual chamávamos, na intimidade, de Diretoria. Esse grupo era comandado pelo Edson Lobão e sua mulher karminha. O grupo de dança era chefiado por Carlinhos Brown, da Brasilândia, e o figurino a cargo de Paulo Roberto Guedes. A animação ficava por conta do Ivanildo e do Marcão. Eles não deixavam faltar uma bebidinha. Eu não sou negro. Na época, fazia permanente e a moda era calça boca-de-sino com sapato bico-fino de duas cores, fora os broches que se tornaram uma febre. Quando o grupo não estava se apresentando, nós assistíamos shows nacionais com Tony Tornado(sou fã dele até hoje), Gerson King Combo, Carlos Dafe, Jorge Bem, Banda Black Rio e outras atrações internacionais. Vi James Brown cantar, tocar e dançar o autêntico soul. Nunca esqueço da música Sex Machine, que começa assim: “Get up, get on up, get up, get on up, stay on the scene, like a sex machine”.
Também assisti outros shows, como The Jackson Five, Alice Cooper, Black Sabbath, e foi aí que tomei gosto pelo show business. Comecei a fazer amizades com o pessoal da onda black power, que tocava os salões mais quentes daqueles anos dourados, como o São Paulo Chic Show, o Blum, Furacão 2000 e o Zimbabwe. Eu tinha saído da joalheria e trabalhava num banco internacional como contínuo. Meu primo Ivanildo já era adulto e tinha carreira de motorista. Com o dinheiro da demissão da joalheria resolvi comprar um carro, um Chevrolet 58, para irmos aos bailes, shows e apresentações.
[...]
Quando tudo parecia estar se encaminhando bem em Sampa, chegou uma carta da minha mãe adotiva com umas fotos e reportagens de jornais de Paranaguá, falando sobre o incêndio no hotel...”
Quer saber o que acontece com Paulo após receber a carta de sua mãe adotiva? Acesse o site da nossa editora e descubra como conseguir um exemplar de De Mendigo a Milionário! Não perca tempo. Clique na imagem do exemplar no lado direito do blog.
Crédito Fotografia: Revista Manchete Retrato de São Paulo 1970, 1974 e 1975